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A PEÇA |
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. Espetáculo OLYMPIA: seis anos de sucesso
em palcos de todo o Brasil
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Olympia (Grupo Teatro Andante) |
Direção: Marcelo Bones |
Fotógrafo: Guto Muniz 31 9973.7341 |
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Realidade e fantasia se misturam em Olympia, espetáculo sobre andarilha mineira que “enlouqueceu de amor” nas ruas de Ouro Preto e contava casos em que contracenava com Juscelino Kubitscheck, Rita Lee, Vinícius de Morais e D. Pedro II, encantando turistas e artistas com seus chapéus e roupas coloridas.
. Dirigido por Marcelo Bones, o solo de Ângela Mourão estreou em 2001 e desde então integra o repertório ativo do Grupo Teatro Andante, marcando uma trajetória de sucesso.
. O espetáculo soma mais de 200 apresentações, incluindo temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires e no Palco Giratório de 2006, programa do SESC Nacional, que incluiu um circuito por 35 cidades em 17 estados brasileiros. Tem participado de importantes festivais em todo o Brasil, sendo o grande vencedor do Festival de Monólogos de Vitória, em 2004, com três prêmios.
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. As histórias de Sinhá Olympia foram ao encontro da pesquisa pessoal de Ângela Mourão e do Grupo Teatro Andante, interessados em evidenciar em cena o jogo entre ator, personagem e narrador e o trabalho baseado nas técnicas corporais, vocais e musicais.
. Em Ouro Preto, ao lado da escritora Guiomar de Grammont o grupo construiu a dramaturgia e o texto, a partir da história daquela famosa senhora, tratando de temas tais como: a mulher, a história, a exclusão social, a relação entre loucura e criação artística, os limites entre ficção e realidade e o jogo do teatro como momento de encontro e alegria. |
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. Figura singular, mesmo possuindo referências familiares e boa condição econômica - teria sido rica e linda na juventude - aos 40 anos resolveu fazer da rua o seu espaço de vida. Lendária por sua forma de receber os turistas com casos que mostravam sua grande capacidade de imaginação e sensibilidade, “Sinhá” misturava dados históricos de várias épocas e criava histórias interessantes, numa linguagem que demonstrava cultura e educação refinada.
. Olympia foi retratada por fotógrafos, pintores, compositores, pela imprensa nacional e internacional – já foi capa até da revista Life! Deu nome à Escola de Samba Sinhá Olympia, que desfila todos os anos em Ouro Preto e foi tema da Mangueira em 1990.
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. Ficha Técnica |
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Atuação, concepção: Ângela Mourão
Direção: Marcelo Bones
Texto: Guiomar de Grammont
Dramaturgia: Ângela e Marcelo
Música Original: Chiquinho de Assis
Execução de cenografia e figurino: Wesley Simões
Criação e confecção de máscara: Márcia Torquato
Iluminação: Chico Pelúcio, Felipe Cosse, Juliano Coelho e equipe do Galpão Cine Horto |
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“Sinhá Olympia, quem é você?Sou amor, sou esperança;
Sou Mangueira até morrer!”
“Deu a louca no Barroco”,
Samba-enredo da Mangueira, em 1990. |
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. Contato |
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Grupo Teatro Andante
R. Juiz da Costa Val, 107/ 01 - Bairro São Lucas
Belo Horizonte – MG - CEP 30.240-350
Fone: (31) 2555 3395 – 9861 3395 - 9213 0853
E-mail: teatroandante@bis.com.br
Site: www.teatroandante.com.br |
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ESTADO DE MINAS, 29 DE JUNHO DE 2001:
Crítica - Memórias e encantamentos |
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Clara Arreguy
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. Um espetáculo belo e comovente estreou semana passada em Belo Horizonte: Olympia, monólogo escrito por Guiomar de Grammont, direção de Marcelo Bones, com Ângela Mourão interpretando a famosa personagem Dona Olímpia. Inspirado na vida da mendiga que encantava os turistas de Ouro Preto com sua conversa ora engraçada, ora amarga, o espetáculo constrói uma reflexão sobre a mulher, sobre a loucura e sobre a solidão os três temas enroscados como a fazer parte de uma realidade indivisível.
. Dona Olímpia era uma personagem folclórica, que ficou conhecida e admirada por gente de toda parte do mundo. Sua conversa remetia às origens mais ancestrais da cidade e da cultura mineira, que ela habitava e, de certa forma, até representava. Ela se dizia descendente da nobreza e, em seus devaneios, construiu uma figura que antecedeu os hippies e se tornou um ícone para eles. Vestidos coloridos, xales, roupas sobre roupas, e os variados chapéus cheios de enfeites, sua marca registrada, assim como o cajado.
. Para falar desta figura carismática, Olympia se constrói sobre dois eixos: a recriação da personagem e a narração de fatos e histórias de sua vida. As duas vozes são alternadas pela atriz Ângela Mourão, que, em vez de imitar, reinventa aquela mulher. Na pele de Dona Olímpia, Ângela trabalha todos os recursos vocais e gestuais com uma pesquisa que procurou e conseguiu dar sentido a cada espaço do palco, a cada vazio, a cada palavra, a cada silêncio, a cada movimento, a cada olhar. Como narradora, estabelece um processo de desvendamento da história através da beleza poética do texto de Guiomar de Grammont.
. Há uma proposta polêmica no espetáculo: as duas cenas em que Ângela Mourão se despe das personagens e se revela como ela própria, a atriz que se expõe para falar de mulheres, solidão, loucura, humor, para falar de si mesma. Tal desnudamento é um risco para uma encenação que não investe numa linha brechtiana que justificasse este tipo de corte. Mas funciona, na medida da maturidade da atriz, seja como ser humano, seja como profissional da interpretação. Na cena final talvez não se justificasse a colocação da quebra logo após um dos mais belos quadros de todo o espetáculo, a revelação de todo o conteúdo da cestinha de Dona Olímpia. O resultado, no entanto, apesar de andar no fio da navalha, funciona. Outros aspectos da montagem contribuem para seu enriquecimento: a concepção visual que explora o espaço do Galpão Cine Horto como uma arena em que um baú iluminado contém e despeja memórias; os cajados e chapéus que atiçam sensações, que por sua vez despertam outros sentimentos, histórias e memórias; a iluminação que enfeita, pontua e comenta; os elementos de figurino que se agregam significativamente. Com este trabalho, cuidadosamente desenvolvido em parceria com o diretor Marcelo Bones, a atriz consolida um trabalho profundo e sensível, fazendo de Olympia um programa obrigatório para quem quer tirar do teatro algo mais que mero entretenimento. |
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